Pegasus, o spyware israelense, volta a ser notícia

Há muitos anos não se ouvia falar no Pegasus, o famoso software de espionagem. Mas, este ano, ele voltou a ser assunto das notícias.

A empresa israelense NSO Group desenvolveu o software para auxiliar os governos no combate a criminosos. Porém, o seu uso perdeu o foco principal e o Pegasus acabou virando uma arma de espionagem política.

O programa de espionagem israelense virou uma arma de espionagem de vários governos. Foto: Reprodução/R7

Segundo uma reportagem publicada no último domingo (18), governos autoritários utilizam o Pegasus de maneira indevida desde 2016. A ferramenta facilitou a espionagem de pelo menos 50 mil telefones, incluindo dispositivos de jornalistas, ativistas e outras figuras de interesse, como personalidades políticas.

A NSO Group publicou uma declaração no site oficial, se defendendo das acusações, que estão “longe da realidade”. Segundo a empresa, o uso do Pegasus só é liberado após uma checagem minuciosa de antecedentes. Além disso, na nota, eles frisam que o programa é oficialmente utilizado para fins de segurança, como descobrir esquemas de drogas e tráfico de pessoas.

Entenda mais sobre o Pegasus

Antecedentes

O Pegasus já vem gerando polêmicas desde 2016, quando os primeiros relatos de uso do software para espionagem começaram a surgir. Segundo a companhia desenvolvedora, 60 agências ao redor do mundo usam a ferramenta.

O programa é classificado como um spyware. Ele se infiltra de maneira silenciosa em um aparelho e realiza a coleta de dados sem que o proprietário do aparelho perceba. Apesar do propósito oficial voltado para segurança, os casos de “desvio de função” do Pegasus são frequentes. Ele já esteve envolvido em escândalos em mais de 40 países, incluindo no Brasil.

Como o Pegasus funciona?

O Pegasus garante acesso total ao conteúdo do dispositivo infectado. Após entrar no aparelho, o programa consegue interceptar mensagens e ligações em tempo real. Além disso, ele tem a capacidade de habilitar câmera e microfone remotamente.

Também é possível monitorar a localização da vítima pelo GPS do celular e até mapear os toques na tela do dispositivo. O programa é tão invasivo que até mesmo aplicativos com criptografia de ponta a ponta, como o WhatsApp, são vulneráveis à espionagem.

O Pegasus é um software de alta complexidade. Imagem: Reprodução

Enfim, para ter o seu dispositivo infectado pelo Pegasus, basta clicar numa mensagem de texto com o link. Com o número de telefone e proximidade física da vítima, também pode-se instalar o software de maneira remota, utilizando transmissão de rede. O programa afeta tanto smartphones Android quanto iOS.

Devo me preocupar?

Bom, preocupar-se com a integridade do seu dispositivo não deve ser algo voltado apenas para o Pegasus. Afinal, existem vários outros vírus por aí – alguns até mais preocupantes. Porém, o software desenvolvido pela NSO Group é um programa sofisticado e caro, o que torna o uso do spyware bastante restrito. Portanto, se você não for do “grupo de risco” (político, jornalista, ativista de direitos humanos, advogados etc.), você pode ficar tranquilo.

Por fim, para se proteger, uma das alternativas é utilizar o celular com cautela e evitar links e anexos suspeitos ou de fontes desconhecidas. Enquanto isso, não deixe de utilizar senhas fortes e verificação em duas etapas.

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